Instituições públicas e privadas da região se posicionam na Audiência Pública da Flona de Irati

Amanda Borges

Conforme vem se discutindo nos últimos meses, a empresa que assumirá o projeto de Concessão da Floresta Nacional de Irati precisa estar preocupada com os interesses e necessidades da região. Para que isso se concretize, na quarta-feira (23), durante a Audiência Pública que discutiu o Edital prévio do projeto, empresários e prefeitos da região deram sugestões a respeito da melhor forma de definir o futuro mais adequado para a nossa floresta.

SOCIAL: Construção de Moradias

Na ocasião, o presidente da Associação dos Municípios da Região Centro Sul do Estado do Paraná (AMCESPAR), Junior Benato, sugeriu que seja incluso no edital a obrigatoriedade de que uma porcentagem da madeira retirada no manejo tenha como destino a construção de casas populares.Tendo em vista o problema habitacional intensificado na pandemia, Jorge Derbli, Prefeito de Irati, apoiou as colocações de Junior e insistiu para que “parte dessa madeira seja extraída para beneficiar pessoas que precisam de moradia”.

ECONOMIA: Emprego e renda para a região

Junior pediu uma redução no raio de extensão para contratação da empresa. Uma menor distância fará com que a disputa seja mais justa entre as empresas concorrentes. “Nós precisamos defender a nossa região. Não sou contra a participação de outras empresas, mas nós precisamos destinar, pelo menos uma parte, para a nossa região”, finalizou Junior.

Além disso, com a contratação de uma instituição próxima, a concentração de emprego e renda se manterá na região. “Queremos que essa madeira ajude a melhorar a atividade madeireira da região, que é muito forte”, completa Jorge, com o  apoio de Cleonice Schuck, prefeita de Fernandes Pinheiro. Avonir Funes também concorda com a questão levantada, afirmando que, nos moldes atuais do edital, “fatalmente nós não teremos condições de competir com as empresas daqui”.

A visão de Funes está alinhada com os demais representantes regionais, contudo, ele discorda de Junior em um aspecto. O sindicalista sugere que, ao invés de um raio que delimite uma quantidade de quilômetros para inscrição de uma instituição, deve-se alterar o conceito de “empresa regional” no edital, classificando como possíveis candidatas somente aquelas que integram a Amcespar. De acordo com ele, “isso já estabelecido em todos os editais do estado do Paraná”, o que colabora para viabilidade da alternativa. Além disso, Funes também sugere que a Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO) tenha acesso imediato aos recursos de pesquisa.

SUSTENTABILIDADE: Zelo pelo patrimônio

Outro motivo para concentrar os trabalhos de manejo nas instituições locais foi apontado pelo Marcos Dallegrave, ex-presidente do sindicato da madeira e empresário da região. De acordo com ele, historicamente, estabelecer a Flona enquanto unidade de conservação só foi possível graças aos empresários regionais que prezavam pela sustentabilidade do espaço. Isso prova a preocupação e cuidado das madeireiras locais com o patrimônio da floresta. “Nós não somos destruidores do meio ambiente, ao contrário, somos preservadores”, orgulha-se Dallegrave.

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