Teixeira Soares: Celebrando 106 anos de história e tradição

Sthefany Brandalise

Em 2023, o município de Teixeira Soares comemora seus 106 anos de emancipação política, um marco que representa uma trajetória de superação, desenvolvimento e amor pela sua terra. Para nos guiar pelos caminhos do passado, a Folha de Irati convidou a historiadora e agropecuarista Ana Silvia Marchinski, que vai nos contar um pouco sobre a história do município.

HISTÓRIA

A ocupação do território de Teixeira Soares foi realizada por tropeiros, a partir da segunda metade do século XIX, os quais cruzavam a região através de picadas abertas na mata virgem, nas suas viagens com destino a Ponta Grossa, procedentes do Sul do Estado do Paraná.

O primeiro morador da localidade foi João Augusto, que chegou no ano de 1890, seguido por João Bernardes, ambos procedentes do estado de São Paulo. Em 1896, chegaram à localidade Horácio Nunes e Joaquim Neves, época em que se achava em construção a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande e, bem como, a Estação Ferroviária localizada na Vila de Valinhos, até então sede de Distrito do extinto Município de Entre Rios.

Boa Vista passou a denominar-se Teixeira Soares em homenagem ao engenheiro João Teixeira Soares, de grande importância para a cidade.      

O município de Teixeira Soares era distrito judiciário do município de Entre Rios desde 1909, o qual foi extinto. Nessa ocasião foi desmembrado e criado o município de Teixeira Soares pela Lei Estadual nº 1696 de 26 de março de 1917 sendo emancipado no dia 14 de julho do mesmo ano, data em que foram empossadas as primeiras autoridades municipais.

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA

Os moradores da vila de Boa Vista se empenharam no fortalecimento social e econômico da localidade e, sabendo da passagem da Estrada de Ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul, cooperaram oferecendo terras de suas propriedades para a instalação da estação ferroviária.

A Estação da Estrada de Ferro foi inaugurada a 1º de janeiro de 1900, recebendo o nome de Teixeira Soares. A partir daquela data, a povoação também passou a assim denominar-se.

IGREJA MATRIZ IMACULADA CONCEIÇÃO

Enquanto pequenas habitações de madeiras iam sendo construídas, pensaram também os poucos moradores do lugar em construir a primeira casa de Deus. Manoel Ogero Dias, um dos proprietários locais, ofereceu a área de alguns metros quadrados de terreno, e em pouco tempo erguia-se ali a armação de madeira para uma pequena capela que seria intitulada sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, que ficava localizada ao sul da estação ferroviária e a oeste da atual Rua 15 de Novembro.

Igreja – Terra dos Pinheirais – Foto: Divulgação

Em consequência do crescimento econômico e populacional de Teixeira Soares no ano de 1917, a comunidade desejava construir um novo templo, pois se constatava que a pequena capela não mais satisfazia aos anseios da população católica. Seria necessário tomar-se a iniciativa da edificação de um templo vasto, estético e digno do progresso e da cultura de Teixeira Soares.

Costa, Libero Nunes, José Alves Teigão, Argemiro Brasil, José Gugelmin, mais tarde EmestoGubert e FelippeGubert Sobrinho formaram uma comissão para a construção da capela. Os trabalhos eram organizados sob a designação de “Obras da Nova Igreja”, onde se desenvolveu também uma propaganda bem articulada para a aquisição de fundos, promovendo-se leilões de prendas donativos, diversões campestres, botequins, espetáculos no cinema entre outros, tendo deliberado não iniciar as obras antes de adquirir uma certa importância suficiente, para a construção dos alicerces, parede e cobertura sem interrupção.

No dia 21 de janeiro de 1925, foi realizada uma reunião com a participação de várias pessoas do município com a finalidade de divulgar os valores arrecadados. Também foi exposto que a comissão iria se demitir, pois havia contratado o arquiteto Atílio Caporasso para a obra, com a planta enviada pelo Bispo Dom João Francisco Braga, realizou-se no dia quatro de outubro de 1925 o lançamento da Pedra Fundamental do templo. A família Teixeira Soares também doou a Imagem do Sagrado Coração de Jesus.

Ricardo Hirter fez a escada e o coro ao preço de quinhentos e sessenta mil réis. A conclusão da torre e do Arco das Sete Dores que foi projetado por Germano Baumel, a pedido do primeiro pároco Padre Fidelis Rota também foi feito.

A inauguração da igreja foi em 28 de novembro de 1928.

Aproximadamente em 1953, foi contratado um pintor de origem européia, Francisco DennierFlizikouski, juntamente com seu filho Aloísio, residentes em Curitiba, para fazer a pintura interna do teto (de madeira) e paredes laterais, em estilo barroco, os materiais por eles utilizados foram corantes, gema e clara de ovos doados pela comunidade.

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