Otites, entenda o que pode causar e quais são os tratamentos

Dr. Bruno L. Alencar
Otorrinolaringologista
CRM18299 RQE13511

As crianças comumente apresentam infecções de vias aéreas superiores, sendo as mais frequentes otites, amigdalites e sinusites. Muitos fatores podem desencadear estas infecções, sem os mais comuns; quadros virais, transmissão uma criança para outra, anatomia própria da criança, alergias, respirar pela boca, a falta do aleitamento materno, frequência em creches ou entrada precoce na escola, em casos mais raros deve-se a distúrbios da imunidade.


Otites médias:
As otites médias são muito comuns em crianças até por volta dos 6 anos de idade. Isso deve-se à própria anatomia da criança. A orelha média comunica-se com o nariz, através de um pequeno ducto que se chamado tuba auditiva. Nas crianças esta apresenta uma posição mais horizontal, o que favorece as infecções (Figura).
Alguns fatores predispõem as crianças às otites médias, como a obstrução nasal, respiração pela boca, desmame do aleitamento precoce, e principalmente a falta dele e ainda a iniciação na vida escolar ou mesmo na s creches antes dos 2 anos de idade.
Os sintomas das otites médias agudas são bem marcantes, com febre em geral e dor intensa, que nos bebês apresenta-se como irritabilidade e choro geralmente acompanhados de febre. O tratamento depende sempre da avaliação médica quem vai definir se será necessário tratamento com antibióticos ou não. Os sinais sugestivos de uma otite média aguda podem variar de acordo com a idade.


Alertas e sinais:
Recém-nascidos e lactentes:
• Choro, irritabilidade;
• Febre;
• Vômitos;
• Drenagem de secreção do ouvido.


Pré escolar
• Dor de ouvido intensa;
• Sinais de desequilíbrio;
• Náuseas e vômitos;
• Drenagem de secreção no ouvido;
• Febre.


Escolares e adolescentes
• Dor intensa;
• Sensação de pressão no ouvido;
• Vertigem ou sintomas de desequilíbrio;
• Diminuição da audição;
• Febre.
Todas as crianças devem ser reavaliadas, algumas semanas após um quadro agudo, pois pode haver permanência das secreções na orelha média e, portanto, levar a algum déficit da audição.
A otite média secretora é uma situação de especial atenção. Trata-se de um quadro: silencioso, onde o sintoma principal é a perda auditiva leve a moderada, que raramente é referida pela própria criança. Nesta condição a orelha média permanece com secreção por várias semanas, sendo seus fatores desencadeantes os mesmos acima, acrescentando-se também as desarmonias da estrutura craniofacial.
Como se disse, o sintoma principal é a perda auditiva sendo potencialmente devastadora, na faixa de aquisição da fala, aumento os vocabulário e alfabetização. Os pais devem estar atentos a sintomas de perda auditiva.


Sintomas de perda auditiva na otite secretora:
• Atraso no desenvolvimento da fala;
• Trocas de fonemas persistente;
• Pedir para aumentar o som da TV ou ficar próximo desta;
• Entende mal novas palavras;
• Troca fonemas na fala ou troca letras na escrita;
• Frequentemente pede para se repetir o que se fala.
O diagnóstico deve ser feito logo que se suspeite, através dos sintomas mencionados, cabendo ao médico solicitar exames que avaliem o grau de perda auditiva e assim, determinar o melhor tratamento.
O tratamento pode ser clínico, com medicamentos e nos casos mais refratários deve-se indicar o tratamento cirúrgico onde é feita uma pequena incisão no tímpano, para aspirar as secreções ou não optar pela colocação de um tubo de ventilação.
As otites crônicas ou supurativas são situações mais crônicas, onde há supuração de secreção purulenta pelas orelhas, de forma frequente. Estas situações levam também a alterações auditivas e são mais graves. Neste grupo incluem-se as otites colesteatomatosas ou colesteatoma e seu tratamento é cirúrgico.

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